Cusco foi o principal centro do Império Inca e no seu perímetro há muitos templos e ruínas Incas que são incríveis e desvendam segredos e costumes daquela época. Como só tinhamos mais um dia em Cusco, antes de entrar na trilha Salkantay, aproveitamos para fazer o passeio pelo Vale Sagrado. O tíquete de ingresso para o passeio completo no vale custa 120 soles e é válido por 15 dias, pois são muitos lugares para visitar, mas compramos o ingresso parcial de um dia por 70 soles, com direito a visitar 3 lugares: Ollantaytambo, Pisaq e Chinchero.
Começamos por Pisac, que são ruínas do que foi uma cidade Inca que ficava entre Cusco e Machupicchu. É uma cidade construída na montanha onde eram cultivadas muitos vegetais que serviam de alimento ao povo Quechua (os Incas eram somente os governantes). Eles utilizavam uma técnica chamada de terrazas para aproveitar o declive da montanha, criando microclimas próprios ao cultivo e evitando a erosão.
De frente para a cidade um vale lindo, a montanha do outro lado do vale era um cemitério com covas escavadas no paredão, de díficil acesso. Centenas de múmias foram saqueadas destas covas e hoje restaram somente os buracos do que é possível ver a partir da cidade. É impressionante conhecer o sistema hidráulico que eles criaram, drenando água da montanha que passava por dutos de pedra pela cidade inteira.
Depois seguimos para Ollantaytambo, passando por pequenos povoados do interior do Peru, onde paramos para almoçar e provar a comida local. Nesses povoados a maioria das casas são bioconstruções feitas de tijolos de adobe e ligados com o mesmo material argiloso. Muitas delas tem revestimento feito com uma mistura de terra fina (saibro) ou com massa fina. O teto é feito com uma camada de bambus onde é feita uma lage de adobe e cobertura de folhas metálicas ou palha. Isso chama muito a atenção pois a grande maioria das casas, por todos os lugares que passamos no Peru e na Bolívia são feitas assim, exceto no deserto onde há muitos terremotos e as casas precisam de cintas e vigas de concreto mais resistentes.
Ollantaytambo é fantástico, visite-o! ;-) Uma fortaleza que parece uma enorme pirâmide e nos deixa admirados sobre como naquela época eles quebravam, transportavam, poliam e encaixavam com tamanha precisão tão grandes pedras vindas do outro lado do vale. O lugar é imenso e construíram uma cidade nos vales e montanhas. Hoje é uma cidade contruída sobre as muralhas Incas. É lá que começa a trilha Inca e os Chasques (mensageiros), naquela época, levavam mensagens de Cusco a Matchupicchu, passando por Ollantaytambo, em apenas 5 horas (o trem leva 4 horas e nós levamos 5 dias caminhando :-)), isso tudo mastigando muita folha de coca...
Quando os espanhóis chegaram e derrubaram o Império Inca, começaram a saquear e destruir os templos Incas, substituindo-os por templos católicos. Como Ollantaytambo era rota para Matchupicchu os próprios Incas destruíram boa parte dos templos e do caminho Inca para evitar que os espanhóis chegassem em Matchupicchu. E conseguiram, Matchupicchu só foi "descoberto" no século XX por um pesquisador americano.
Saímos de lá com contade de ficar mais, mas era hora de ir para Chinchero. Foi interessante, apesar de ser uma vila mais, digamos, comum, eles demonstram todos os costumes e tradições de como se cultivam os alimentos e como eles fazem os tecidos, colorindo-os em um processo totalmente natural e artesanal.
Uma pena que não deu para conhecer os outros lugares do Vale Sagrado, como Moray, Tambomachay, Pukapukara, Q'enqo, Saqsayhuamán, Tipón, Pikillacta, entre outros, mas estávamos sem tempo e precisávamos nos concentrar e descansar pois o maior desafio da viagem estava chegando: A trilha do monte Salkantay. Matchupicchu, aí vamos nós... ;-)
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terça-feira, 12 de outubro de 2010
O Vale Sagrado dos Incas
Postado por
Jean Ferri
às
22:59
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Mochilada em Cusco
Chegamos cedo no terminal de buses de Cusco, eram 5h da manhã quando desembarcamos, naquela confusão que sempre são os terminais rodoviários por aqui. A Sra. Maria Sotomaior já estava nos esperando e nos encaminhou para o hostel Camilah Lodge, que havíamos reservado ainda em Puno por 30 soles, então, fomos dormir um pouco. Acordamos em torno de 8h30 para aproveitar o desayuno, o Jesse foi comprar um bolo surpresa para a Rafa. Era o seu aniversário! Cantamos os parabéns em inglês mesmo, pois haviam outros estrangeiros junto, e a Rafa repartiu o bolo com todos e com o pessoal do hostal também. Foi divertido...
Depois saimos para conhecer a cidade, caminhar um pouco. Cusco é a quarta maior cidade do Peru, e está numa altitude de 3.400 metros. É uma cidade fundada pelo império Inca, seu principal centro, e refundada pelos espanhóis no século XVI, portanto, uma cidade bastante antiga que mistura duas culturas. Tem muita coisa interessante para se conhecer. Difícil é encarar o trânsito, cuja lógica é FIFO (first in first out), o primeiro que chegar, passa. E as buzininhas, ai as buzininhas... :-)
Cusco tem muitos templos, pois na época da colonização os espanhóis construíram-nos para mudar a cultura e a religião, substituindo os costumes Quechua por Europeus. Fomos visitar alguns deles, por exemplo, o conhecido San Blas, mas o que realmente chama a atenção é a Plaza de Armas, onde sentamos e ficamos horas olhando o intenso movimento de pessoas. No Peru todas as cidades tem uma Plaza de Armas, que estão sempre lotadas até a noite e onde nos finais de semana são realizadas as comemorações festivas da cidade.
A noite concluímos a comemoração tomando uma Cusqueña (cerveja), com vista para a Plaza de Armas. Era também o momento de nos despedirmos do Jesse, que começou no outro dia um curso de espanhol. Aliás, excelente opção a dele pois por $120 dólares semanais ele tem um professor particular, mora na casa de uma família e tem 3 refeições diárias incluídos no pacote. O Jesse ficará em Cusco por uns meses enquanto nós seguimos a nossa viagem.
A Rafa gostou e disse que foi um aniversário muito diferente... ;-)
Depois saimos para conhecer a cidade, caminhar um pouco. Cusco é a quarta maior cidade do Peru, e está numa altitude de 3.400 metros. É uma cidade fundada pelo império Inca, seu principal centro, e refundada pelos espanhóis no século XVI, portanto, uma cidade bastante antiga que mistura duas culturas. Tem muita coisa interessante para se conhecer. Difícil é encarar o trânsito, cuja lógica é FIFO (first in first out), o primeiro que chegar, passa. E as buzininhas, ai as buzininhas... :-)
Cusco tem muitos templos, pois na época da colonização os espanhóis construíram-nos para mudar a cultura e a religião, substituindo os costumes Quechua por Europeus. Fomos visitar alguns deles, por exemplo, o conhecido San Blas, mas o que realmente chama a atenção é a Plaza de Armas, onde sentamos e ficamos horas olhando o intenso movimento de pessoas. No Peru todas as cidades tem uma Plaza de Armas, que estão sempre lotadas até a noite e onde nos finais de semana são realizadas as comemorações festivas da cidade.
A noite concluímos a comemoração tomando uma Cusqueña (cerveja), com vista para a Plaza de Armas. Era também o momento de nos despedirmos do Jesse, que começou no outro dia um curso de espanhol. Aliás, excelente opção a dele pois por $120 dólares semanais ele tem um professor particular, mora na casa de uma família e tem 3 refeições diárias incluídos no pacote. O Jesse ficará em Cusco por uns meses enquanto nós seguimos a nossa viagem.
A Rafa gostou e disse que foi um aniversário muito diferente... ;-)
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